“Belo e impressionante testemunho de fé esta sendo dado pela Igreja a todos os homens na comemoração singela mas suntuosa de dois fatos nela ocorridos, fatos esses em que transparece a confiança ilimitada dos servos do Senhor nas promessas gloriosas de seu Deus!
Com efeito, no momento mais intenso da luta tétrica travada pelo adversário visando destruir a obra do Altíssimo, inicia-se em São Paulo um trabalho nascido sob as mais duras contingências e provações, mas firmado numa revelação positiva do Céu, que assegurava seu pleno e absoluto êxito.
Era o primeiro fruto do atual Pastorado que se esboçava, promissor, na planta que, pujante de seiva, cheia de graça, deixava entrever na flor, que apenas desabrochava, o que de modo inconcusso vinha testemunhar o fiel cumprimento daquilo que predissera Miguel sobre o atual Pastor!
E a luta prolongou-se, aumentando sempre de violência, sendo a condição física do Filho da Promessa tão precária então, que julgavam os inimigos da obra ver ruir, na pessoa da Pastor, o majestoso monumento de fé que, lento mas de modo mui seguro, se erigia no planeta!
E a batalha prosseguiu cada vez mais feroz, e o poder de Deus cada vez mais acentuado se manifestou em bem daqueles que a Ele plenamente obedeciam.
E agora, transcorridos trinta anos, vemos surgir no numeroso e fiel povo que em São Paulo acorre à casa do Altíssimo, o rutilante dístico que, na flâmula empunhada por Miguel, afirma a toda criatura humana, de modo enfático, a verdade inconteste que se encontra no lema: “Quem é como Deus” – e que, como guião desfraldado aos quatro ventos, conduz a Igreja a seus destinos gloriosos!
E, embora predominando ainda a imperfeição, que é apanágio da condição humana, entre aqueles que vivem do Senhor e para o Senhor, já se pode divisar que, na terra se estabelece o Trono da Graça onde pontifica Aquele que É, sendo adorado de modo consciente por Seus servos.
A saúde do Pastor novamente combalida, como que parece, com isso, querer de algum modo empanar o brilho de tão importante fato. Mas, que importa a vida do homem?! Sessenta anos de laboriosa existência, nele, dão cabal testemunho da magnanimidade do Senhor e, assim concitando seus irmãos a fazer sempre fulgir em sua ação a luz do Céu, o Pastor, dando à sua vida física a importância limitada e relativa que lhe é peculiar, faz sentir a responsabilidade dos que constituem a Igreja na execução da grandiosa e sublime missão que, afeta ao Príncipe Miguel, terá de ser levada a término pelos que, na Casa do Altíssimo, cheios da virtude celestial, deverão transmitir o bem que não é terreno, as almas predestinadas para a salvação, exalçando-se assim, em breve e de modo perfeito aqui na terra, o nome do Pai e de Seu bendito Filho. Amém.”
(“A
Noite” – 5 set 1943).